Mineiros paralisam operações na Sociedade Mineira do Cuango

Grevistas queixam-se de falta de condições de trabalho, despedimentos anárquicos e discriminação dos trabalhadores nacionais.
Os trabalhadores da Sociedade Mineira do Cuango (SMC) na província da Lunda-Norte decidiram, há quatro dias,  paralisar as operações por alegada falta de condições de trabalho, despedimentos anárquicos e práticas discriminatórias aos nacionais. São cerca de 700 mineiros em greve.

Marcos Kitumba, um dos dirigentes da direcção da Comissão Sindical da SMC, que confirma os factos ao Correio Angolense, disse que os operários decidiram paralisar os trabalhos na mina do Cuango devido à arrogância da direcção, que procura silenciar as preocupações dos trabalhadores.
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O sindicalista conta, a título de exemplo, que ainda esta semana alguns trabalhadores, sobretudo sindicalistas, foram vitimas de agressões físicas e de actos de discriminação racial por parte de estrangeiros.

“Os trabalhadores associados ao sindicato são proibidos de falar das dificuldades que atravessam, porque alguém acha que dentro da empresa não se pode falar dos problemas que nos afectam. Trata-se de uma autêntica humilhação dos nacionais por parte dos expatriados”, questionou Kitumba.
Segundo o sindicalista, a direcção da SMC fez tábua rasa do caderno reivindicativo que lhe foi submetido, espelhando  todos os problemas que mexem com a vida laboral dos trabalhadores na mina. Em resposta às reivindicações, o que a administração fez foi cativar os salários referentes ao mês de Agosto com o fito de forçar o levantamento da greve.

Questionado sobre qual tem sido a resposta dos órgãos centrais em Luanda, Marcos Kitumba diz que é mais silêncio do que intervenção para solucionar os problemas. Foram enviadas cartas ao Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos, Endiama e sindicatos, mas sem sucesso.